quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Resistiremos – 2023

“No vá bajar” Ramon Días, Técnico argentino do Vasco Resistiremos – 2023 Mais um ano de muitas dificuldades para o torcedor vascaíno que viu novamente em campo um elenco que decepcionou em todas as competições disputadas. O melhor mesmo ficou nas arquibancadas e nas redes sociais quando o clube e seus torcedores deram um show de apoio e amor ao Vasco da Gama. Talvez a maior motivação era a celebração do centenário do primeiro título da lendária época dos Camisas Negras (1923-2023). A temporada começou com uma triste notícia: o maior ídolo do clube, o ex-atacante Roberto Dinamite, morria em 8 de janeiro. No dia seguinte uma multidão de torcedores vai ao estádio de São Januário para se despedir do seu artilheiro. Ao longo de sua vitoriosa carreira, Roberto formou várias gerações de torcedores. Até o presidente Lula fez questão de elogiar o jogador: “admirava muito o seu futebol bonito, ofensivo”. E por falar em atacante, a grande promessa de gols para o Vasco para este ano era Pedro Raul. A contratação do artilheiro do campeonato brasileiro do ano anterior criou uma forte esperança de manter a tradição do Clube da Colina ter os melhores atacantes do país. De janeiro até o início de abril foi disputado mais um campeonato carioca sem o brilho das décadas passadas. O time do Vasco conseguiu empolgar pouco a sua torcida (ficou em 3º lugar). Apenas uma vitória sobre o Flamengo na Taça Guanabara mereceu destaque, mas já em março éramos eliminados pelo mesmo rival nas semifinais do segundo turno. O desastre seria completado com a eliminação precoce na Copa do Brasil para o ABC em pleno estádio de São Januário. Os resultados colocaram a torcida em alerta máximo para o restante da temporada. Retornando a Série A, os vascaínos surpreendem a todos com dois ótimos resultados diante de favoritos ao título. Logo na estréia em Minas (15/04), vencem o Galo e , no Maracanã, diante de um ótimo público (quase 60 mil pagantes) empatam com o Palmeiras. Entretanto, a realidade vai se mostrando tenebrosa nas próximas rodadas. O fantasma do rebaixamento volta a rondar. Especialmente durante o período de maio a julho quando perdemos 10 partidas em 11 jogos disputados. O maior alvo da ira dos torcedores era o técnico Mauricio Barbieri. Sua “cabeça” era pedida diariamente nas redes sociais. O ápice da revolta explodiu em São Januário diante do Goiás. O protesto envolveu torcedores que atiravam sinalizadores nos jogadores e depois em diversos confrontos contra os policiais. Embora todos estes incidentes não tivessem feridos com gravidade acabou com a decisão da Justiça proibindo a presença do público nos próximos 90 dias. As razões da punição ao clube motivada por preconceitos e argumentos suspeitos ao considerar a localidade “cheia de insegurança para chegar e sair”, reacenderam o sentimento de injustiça que sofremos ao longo da História. Para reverter estas situação, a diretoria contrata um novo técnico Ramón Días assume o comando do time em 15 de julho. O novo treinador foi enfático na lição de otimismo que queria passar aos seus comandados: o elenco iria lutar até o final para sair daquela situação vergonhosa. Fora de campo surgia um novo mascote vascaíno após o vídeo de uma criança ao ver a mãe depois de 16 dias em estado de coma viralizou em toda a internet. Era o início da “fama” de Guilherme Moura de apenas 8 anos e uma paixão avassaladora pelo Vasco. Logo o carisma do menino vai ganhando espaço na TV e nas redes sociais. Adotado pela torcida ele faz sua estréia no Maracanã no jogo do returno contra o Atletico Mineiro. A vitória, o bom público ( mais de 50 mil) e a apresentação do francês Payet renovaram as esperanças dos vascaínos num dos melhores momentos do ano. No mesmo período tivemos o lançamento de duas importantes biografias de ídolos do passado. Uma sobre o atacante Russinho, pelo historiador Bruno Pagano e outra pelo jornalista André Felipe Lima, sobre o Príncipe Danilo Alvim, ídolo dos anos 40 e 50 quando integrou o famoso Expresso da Vitória. O bom momento se prolongaria até setembro quando o clube pode depois de 3 meses de punição novamente contar com a presença de seus torcedores em São Januário. Na goleada contra o Coritiba (5 a 1) foi montado um mosaico em 3D com a palavra “Resistiremos”. Além disso, diversos eventos foram realizados para homenagear a primeira geração vitoriosa do futebol. Na UERJ um debate com o auditório lotado. Depois ocorreu o lançamento da 3ª camisa do clube. Apesar do bom rendimento no returno (ficamos com a 7ª melhor campanha), o time apresentava muitos altos e baixos. Algumas derrotas vergonhosas (goleadas para o Santos – com a provocação de Soteldo) e a goleada em casa diante do Corinthians (uma vitória deixaria fora da ameaça de rebaixamento). Não faltou emoção para a torcida que lotou seu estádios em todos os jogos em que foi mandante (mantendo a média de público de cerca de 20 mil). No final, com muito sofrimento, garantimos a ultima vaga. Festa e alívio geral. Para finalizar temos uma reflexão necessária pois os últimos públicos presentes no estádio de São Januario trouxeram muito orgulho para os vascaínos pois a sua torcida conseguiu dar uma inesquecível lição de amor ao clube no apoio constante ao time conseguindo lotar o estádio (média de 20mil pessoas) e esgotar a venda dos ingressos em poucas horas em todas esta últimas partidas. No entanto, há que se considerar outros dados estatísticos para uma análise mais realista. De todos os 20 clubes que disputaram o Brasileirão em 2023 ficamos apenas na 14ª posição (20.800) e a média dos rivais cariocas foi superior. É claro que é preciso levar em consideração que Fluminense (29.783), Botafogo (26.601) e Flamengo (54.449) obtiveram bons resultados em campo e sempre estiveram entre os 8 primeiros colocados. Outro dado relevante é que este ano tivemos recorde de média público em comparação com todos os campeonatos brasileiros anteriores (26.524), superando o ano de 1983 (22.953). Sendo assim é preciso dar toda atenção na política a ser adotada pelos dirigentes vascaínos nos próximos anos sobre a ampliação do nosso estádio e/ou a utilização do Maracanã.

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2024 Festa na Barreira

“O Vasco ajuda eu esquecer minhas dores” Gui, torcedor-simbolo do clube desde 2023 2024 Festa na Barreira “Enquanto houver um coração infantil o Vasco será imortal”. A famosa frase que exalta a torcida mirim vascaína nunca foi tão atual nesta temporada com a eleição em dezembro do prêmio FIFA para o pequeno e carismático Guilherme Gandra como Torcedor do Ano. Nosso menino de ouro representa o sentido de resiliência coletiva pois apesar das campanhas medíocres não impediu de ainda acreditarmos que vale a pena torcer pelo nosso clube. O ano começou com várias expectativas e muitas apreensões para os torcedores: como seria a relação do novo presidente e ex-jogador Pedrinho e a empresa 777 era a principal questão. O time em campo também era uma incógnita. Ninguem tinha certeza de bons resultados e títulos. O receio parecia ser uma profecia pois no campeonato carioca o clube não consegue superar a surpresa da competição, o modesto time do Nova Iguaçu. Atingiu a proeza de não fazer um gol no adversário em dois jogos ( mesmo com o Maracanã lotado de vascaínos. A relação do time e da torcida com o técnico argentino Ramon Diaz começa a sofrer um grande abalo. Fora de campo o orgulho vascaíno era exaltado com a comemoração dos 100 anos da Resposta Histórica. Várias lives na internet, palestras, debates e eventos celebraram esta marca que colocou o clube definitivamente como pioneiro na luta antirracista no futebol. No entanto o começo do campeonato brasileiro para sua torcida que viu seu time ser goleado para o Criciúma em São Januário e pelo seu rival no Maracanã. Os primeiros grandes protestos contra o presidente foram atônica dos comentários nas redes sociais. A fase ruim foi completada com a notícia do falecimento do famoso jornalista Sergio Cabral (14 de julho). Ele que tinha sido uma das principais figuras cruzmaltinas na imprensa esportiva. Ainda em julho tivemos o momento épico da torcida no ano com o retorno a São Januário do ídolo Philipe Coutinho depois de meses de negociação. Sua apresentação mobilizou toda a comunidade vascaína lotando o estádio. Algo inédito na proporção de público. Jamais um jogador recebeu tamanha manifestação (nem Tostão em 1972 e Bebeto em 1989 tiveram a mesma festa). Ao mesmo tempo um novo som fazia ecoar pelos estádios. A música “a Barreira vai virar baile” logo virou um hit e tomou conta do pulmão dos vascaínos em todos os cantos. Outro ponto que mereceu destaque foi o espaço em frente ao Centro Cultural Candinho. Local de histórico origem do clube no bairro da Saúde (Centro da Cidade). Virou moda os vascaínos assistirem aos jogos fora da cidade acompanhando nos telões montados. Imensas galeras se formaram e não faltou animação. O destaque ficou para os jogos da Copa do Brasil a medida que o clube avançou de fase (chegou até a semifinal com o Atletico-MG). Se em campo faltaram os títulos e as grandes vitórias, fora das quatro linhas nos restou celebrar a coroação de nosso pequeno torcedor-símbolo, Gui, de apenas 10 anos. Concorrendo pelo prêmio FIFA de maior Torcedor do Ano, o vascaíno alcançou uma conquista que muito orgulho trouxe para o clube. A legítima e indiscutível consagração de nosso garoto é a maior esperança de que dias melhores virão

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